NOTÍCIAS do dia 22 de Fevereiro de 2007
Hermínio Loureiro criticou «indiferença» de Ministério do Ambiente em relação ao avanço do mar
O deputado do PSD Hermínio Loureiro questionou hoje o Governo sobre que «medidas imediatas» irá adoptar para evitar o contínuo avanço do mar na zona de Esmoriz, criticando a «indiferença» demonstrada pelo Ministério do Ambiente, noticia a Lusa.
«Quais as medidas imediatas que o Ministério irá adoptar para evitar este contínuo avanço do mar no litoral do Distrito de Aveiro, mais concretamente no Concelho de Ovar», questiona Hermínio Loureiro, num requerimento hoje entregue na Assembleia da República.
Reclamando uma intervenção «imediata e urgente» no litoral do distrito de Aveiro, o deputado social-democrata relata que a 3 de Fevereiro visitou a praia de Esmoriz, tendo constatado «a necessidade de serem tomadas medidas urgentes para evitar o avanço do mar, protegendo pessoas e bens».
No requerimento, Hermínio Loureiro lembra que já a 31 de Janeiro tinha solicitado ao ministro do Ambiente «uma intervenção urgente no litoral do distrito de Aveiro», lamentando que até agora nada tenha sido feito.
«Esta indiferença e ausência de resposta do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional são altamente preocupantes», refere do deputado do PSD, sublinhando que «um problema com esta dimensão exige medidas excepcionais», não havendo «tempo a perder».
No requerimento enviado a 31 de Janeiro, Hermínio Loureiro já tinha alertado para os riscos de erosão costeira entre a Foz do Douro e a Nazaré, salientando que «o litoral do distrito de Aveiro tem uma taxa média de recuo muito elevada, superior à média nacional».
Nessa data, o deputado do PSD apontava as zonas de Espinho, Ovar, Esmoriz, Cortegaça, Maceda, Furadouro, Costa Nova, Vagueira e Areão como «zonas de elevado risco».
Quinta-feira à noite, as habitações junto à praia de Esmoriz foram ameaçadas pelo avanço do mar.
O paredão de defesa da costa começou a abrir junto ao Bairro dos Pescadores e, pelas 18:00, a água chegou a algumas casas, sem provocar danos de maior.
Maré desceu, alguns habitantes vão passar a noite em hotel
Esmoriz, Ovar 22 Fev. (Lusa) – A maré já recuou na praia de Esmoriz, de onde hoje foram retirados alguns habitantes de casas em que a água entrou, uma situação que o presidente da Câmara de Ovar afirma ter previsto.
Rupturas na muralha de defesa da costa provocadas pela maré forte de terça-feira levaram a que pelas 18:00 de hoje a água chegasse a algumas casas na praia, que os habitantes procuraram proteger com telhas e sacos de areia.
O risco de a maré voltar a aproximar-se das casas mantém-se, uma vez que a próxima preia-mar se verifica às 03:00 de sexta-feira.
O presidente da Câmara de Ovar, Manuel Oliveira, disse à Agência Lusa que desde 2005 que vem alertando para o risco de rupturas na muralha e referiu que na terça-feira contactou o Instituto da Água a dar conta dos rombos na muralha.
Manuel Oliveira afirmou ter hoje falado com a Secretaria de Estado do Ordenamento do Território e foi informado que o vice – presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional virá a Esmoriz ainda esta noite.
"Já chega de análises, é preciso acção" para repor e conservar a estrutura de defesa costeira, defendeu o autarca, que deu indicações à Protecção Civil Municipal para alojar e proteger as pessoas em risco.
Algumas pessoas das casas mais directamente ameaçadas foram aconselhadas a sair das habitações e passar a noite num hotel, providenciado pela autarquia, mas houve quem preferisse ficar.
"Já tive água em casa antes, andei no mar toda a vida e não tenho medo", afirmou um dos que preferiu ficar, Alberto Oliveira Carapuço, de 64 anos.
"Estou à espera que resolvam a ruptura no paredão e vivo com minha mulher. Ela tem medo mas diz que fica comigo", acrescentou.
Alberto Carapuço afirmou que a água entrou cerca das 18:00, mas referiu que "já estava à espera" e que a maré "não estragou nada".
"Para a frente, vamos ver", rematou.
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